Da Intuição à Autossabotagem: A Pesquisa Ontopsicológica nos Correlatos Neurofisiológicos do Processo Perceptivo-Cognitivo do Empreendedor.

    Ontopsicologia nasce como proposta resolutiva ao problema crítico do conhecimento, toda a sua práxis consiste em isolar e autenticar as condutas do Em Si ôntico1 cuja primeira fenomenologia de caráter mais físico é o critério organísmico (ou iso de natureza). Dada uma circunstância física na qual o sujeito se encontra – diante da qual é preciso decidir, escolher –, o organísmico do sujeito tem reações precisas, em antecipação à ação consequente, à decisão operada – conforme indica Meneghetti (2008a, 2010). Para a escola ontopsicológica, tanto o sucesso quanto o fracasso de uma decisão devem ser investigados na atividade psíquica do operador econômico. Investigar apenas o aspecto neurofisiológico seria como tentar compreender o projeto de um edifício simplesmente analisando os seus tijolos (MENEGHETTI, 2005). Se, por um lado, temos avançadas pesquisas no campo da neurociência2 que enfatizam a prioridade dos fenômenos cerebrais para compreender as leis de evolução da economia3, modelando tendências de consumo ou investimento; por outro, temos a investigação ontopsicológica, na qual é fundamental a posição subjetiva do próprio individual Em Si ôntico, ou seja, a intuição. Na pesquisa ontopsicológica, também fundamental é a compreensão dos fatores que determinam o insucesso: autossabotagem significa operar um projeto como álibi ou compensação a outra pulsão não funcional e não econômica para o sujeito (MENEGHETTI, 2009).

    CHIKOTA, H.; POZZA, R. Da intuição à autossabotagem: A pesquisa ontopsicológica nos correlatos neurofisiológicos do processo perceptivo-cognitivo do empreendedor. In: FUNDAÇÃO ANTONIO MENEGHETTI (Org.). Ontopsicologia: ciência interdisciplinar. Recanto Maestro: Fundação Antonio Meneghetti, 2015.